A Grande Pergunta: Quem Pode Ganhar Uma Eleição?

 

Muitas vezes lemos nos jornais e ficamos curiosos como os Institutos de Pesquisa chegam nos números com relação aos candidatos a postos eletivos.

Será que para nós, que somos leigos, faz algum sentido estas amostragens que eles fazem? Será que têm alguma lógica? Evidente que os dados não são feitos e colhidos de qualquer maneira, existe uma lógica, por isso fiz uma pesquisa para ver como pessoas  leigas como eu, poderiam ter uma noção do sistema feito por estes centros.

Primeiramente, as cidades devem ser classificadas conforme o número de eleitores que lá existem; tira-se então o quanto de entrevistas devem ser feitas em cada cidade. Cada cidade, por sua vez é dividida em zonas conforme o número de eleitores e as áreas onde serão feitas as entrevistas são sorteadas.

A pesquisa deverá contar com um número de eleitores que seja representativo daquela zona. Por exemplo, se 65% dos eleitores daquela região forem da classe média, então será necessário que 65% dos questionários sejam respondidos por pessoas da classe media.

Todavia, as pessoas não estão distribuídas pelo Brasil afora de maneira uniforme ou seja, não há uma distribuição igualitária. Em algumas regiões há mais pessoas que em outras. Assim sendo, há de se observar que as entrevistas obedeçam à proporção da densidade de cada região específica.

Para a definição da amostragem, alguns Institutos usam os métodos por sorteio e proporcionalidade-.Mas podem-se seguir dois métodos diferentes: a amostragem probabilística ou por quotas. Pelo método probabilístico tudo tem que ser sorteado dentro de cada setor da cidade: primeiro o quarteirão, depois , o domicílio e, dentro do domicílio a pessoa que irá responder o questionário.

Entretanto, faz-se necessário observar os diferentes tipos de pessoas que existem no país. São as chamadas variáveis, características tais como: sexo,idade, ocupação, nível de instrução e situação sócio econômica, que com certeza irão influenciar na opinião e no voto.

A população brasileira é composta de 50% de homens e 50% de mulheres aproximadamente, e o número total de entrevistas deverá ser feito dentro desta proporção.

José Severo C.Pereira, professor aposentado da USP e consultor do Instituto Gallup ensina: “Para garantir a proporcionalidade da amostra probabilística, temos um pequeno pulo-do-gato. Qualquer distorção é corrigida por alguns cálculos matemáticos simples.”  Essas continhas de chegar são chamadas ponderações.

Na pesquisa por quotas, já é diferente: antes de começarem as entrevistas, são determinadas quantas pessoas de cada tipo haverá no final. E o entrevistador já irá procurar um número definido de eleitores para compor a proporção representativa de cada  variável. Na verdade o principal objetivo do planejamento é possibilitar a menor margem de erro na pesquisa. Ainda assim, o estudo planejado não evita o erro apenas diminui este erro.

Em 1980 o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) levantou que havia no Brasil 41.974.865 pessoas casadas, sendo 21.029.031 homens e 20.945.834 mulheres. Logo vemos que há um erro.Sendo o Brasil um país que só admite por Lei o casamento monogâmico e heterossexual ou seja, cada homem só pode casar com apenas uma mulher, como é que pode haver um número maior de maridos do que esposas? A resposta é que o IBGE apenas entrevistou pessoas de 15 anos de idade ou mais. Explica Severo: “Mas se no interior do país é comum as mulheres se casarem até com 13 anos , estas ficaram fora da contagem.”

Sempre poderá haver equívocos, por exemplo como pode haver uma estatística sobre aborto no Brasil, se é um grande crime o aborto?  Não poderá haver nenhuma estatística nesse sentido, pois os dados não serão reais. Todos os abortos são feitos de maneira clandestina e por isso não são registrados.

Assim sendo, em uma eleição evidente que, como vimos acima, existem muitas variáveis, e estas variáveis farão a diferença.

                                  

 

 

Paulo Mascarenhas