PASSARAM-SE 2000 ANOS
Os Dois Mil anos a que me refiro, é
o tempo entre a presença de Jesus na terra e os nossos dias. Foi uma presença
tão marcante, que até hoje aqueles valores que nos foram passados por Ele ainda
são considerados como metas para todas as pessoas que desejem uma verdadeira
vida cristã.
Muitas pessoas imaginam a possibilidade de ter sido um
personagem inventado pelos cristãos. Mas um autor judeu chamado Flávio José
escreveu entre 77-78 de nossa era, acerca de Jesus. O tema do seu livro era
sobre a história do povo judeu. Inclusive, para este autor, Jesus não apresenta
qualquer importância, a não ser o fato da sua crucificação representar o quanto
as autoridades romanas eram intolerantes.
Todavia, não podemos esquecer que foi no Sanedrim (
autoridade do povo judeu) que era constituída de 71 membros que foi dado o
início à trama que culminou com a crucificação do Senhor Jesus.
Vemos que desde aquele tempo as pessoas não
compreendiam ensinamentos tão superiores. Em verdade, não é fácil imaginar que
alguém possa entender acerca do Reino de Deus. Trata-se de uma realidade na
qual todos os objetivos se chocam com os valores do nosso mundo. O engraçado, é
que quando as pessoas se encontram no limiar de algo que se aproxima da morte,
invocam a presença de Jesus.Clamam por Deus, enfim, parece que de repente
passam a acreditar em algo a que, durante a vida, não deram a menor
importância.
Por que será que as pessoas não conseguem entender a
mensagem do Evangelho? A resposta é simples: só podemos assimilar qualquer
ensinamento se nos interessarmos, e quem está interessado em um Reino que não é
deste mundo?
Após o dia 11 de Setembro de 2001, o mundo jamais será
o mesmo. Em verdade, o que aconteceu foi que todas as pessoas de repente
chegaram à conclusão da nossa fragilidade: o fato é que no desespero, as
pessoas começaram a conduzir as suas vidas à procura desenfreada do que chamam
“gozar” a vida. Nove meses depois começaram a nascer as crianças provenientes
desta nova maneira imprudente de viver. Pelo menos, foi o que aconteceu em Nova
York.
Passaram-se Dois Mil anos e ainda não conseguimos
entender que enquanto procurarmos viver de acordo aos valores do mundo,
estaremos caminhando para o nada, mais ou menos como um cachorro correndo atrás
do próprio rabo. Jesus ensinou: “Pois, que aproveitará o homem se ganhar o
mundo inteiro e perder a sua alma?” Mateus 16.24a
Vivemos em uma sociedade em que grande parte das
pessoas se encontram vazias de Deus, sociedade esta que enfatiza o ter de uma
maneira tão veemente que as pessoas passam a acreditar que ter é mais
importante do que ser. E a cada dia vemos milhares de pessoas desesperadamente
tão envolvidas à procura do ter que perdem o ser.
Em ICorintios 2.14 aprendemos. “o homem natural não
compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura, e não
podem entendê-las, porque
elas se discernem espiritualmente.” Em II
Corintios 4.4 “...o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos,
para que lhes não resplandeça a luz do evangelho.”
Podemos apregoar o amor de Deus ao mundo inteiro,mas,
se o mundo não nos vir amando uns aos outros, o amor de Deus não passa de
verborragia sem sentido.
No que diz respeito ao cristianismo, há uma tendência
de certas “autoridades”, no sentido de enfatizar que Paulo “fez o cristianismo”, o que não é verdade, pois
sem Jesus, Paulo não existe. Mas existe
um grande mérito em Paulo, pois foi através dele que o cristianismo foi introduzido
no poderoso Império Romano. Em verdade Paulo e Pedro acabaram morrendo em Roma.
Foi em Antioquia que, pela primeira vez, os discípulos
receberam o nome de cristãos (At. 11,26). Os séculos foram se passando e em
303, começa a maior perseguição sofrida
pela Igreja desde o seu
nascimento.
Hoje as pessoas usam o nome de Jesus até para amaldiçoar os outros; como seria estranho se, quando um homem de negócios perdesse uma tacada, gritasse “Abrahan Lincoln” ou se um encanador berrasse “Mahatma Gandhi” quando sua ferramenta lhe esmagasse um dedo. Na verdade, não podemos nos libertar desse homem Jesus.
A rainha Elizabeth II, em uma sua visita aos EUA, movimentou os repórteres que se deleitavam em explicar as logísticas em questão: seus mil e oitocentos quilos de bagagem, incluindo dois trajes para cada ocasião, um traje para luto no caso de alguém morrer, quarenta quartilhos de plasma e assentos de pelica branca para vasos sanitários. Ela trouxe consigo sua cabeleireira, dois camareiros e uma infinidade de atendentes. Uma visita rápida da realeza a um país estrangeiro pode facilmente custar vinte milhões de dólares.
“Em humilde contraste, a visita de
Deus à terra aconteceu em um abrigo para animais, sem assessores presentes e
sem lugar para deitar o recém-nascido além de um cocho. Realmente, o
acontecimento que dividiu a história , e até mesmo nossos calendários, em duas
partes, talvez tenha tido mais testemunhas animais que humanas.” (Philips
Yancey)
O homem cujo nascimento os anjos celebraram com uma proclamação de paz na terra tornou-se o grande divisor da história humana.
Que todos possamos assimilar os ensinamentos deste que foi a Luz do mundo, e juntos tenhamos em nossos corações a chama da esperança., pois Ele veio para que todos tenham vida e a tenham em abundância.
É triste constatar que o ser humano insiste em repetir
os mesmos erros do passado. Estamos passando o mesmo momento que passou a
civilização do Império Romano, ou seja, estamos nos deixando atropelar pelo
prazer, o excesso e o luxo das comodidades. As
conseqüências imediatas deste comportamento são as lutas sociais e as
conseqüentes guerras que enchem as pessoas de medo e pavor. E na seqüência, os
planos de Deus para o homem são trocados pelo plano qüinqüenal
Será que vamos aprender com o que aconteceu com os EUA
em 11 de Setembro de 2001? Por que
tanta violência? Não será porque estamos com o nosso coração endurecido por
tanto materialismo? Não está na hora de começarmos a dar um novo rumo às nossas
vidas?
Ao permanecer com a mesma mentalidade e com as mesmas
posturas, a humanidade caminha para uma escalada de violência que poderá
culminar em um caminho sem volta e sem precedente na história da humanidade.
Que Deus nos ajude a não perder de vista os
ensinamentos daquele que há dois mil anos nos instruiu que devemos fazer aos
outros o que queremos para nós.
Paulo
Mascarenhas