OS AMERICANOS VENCERAM ?

 

 

            Uma pergunta nos vem à mente: em que os americanos transformaram o Iraque? Na verdade apenas tiraram um ditador do poder e, em compensação, acabaram com uma nação.Lá não mais existe o que podemos chamar de um país. O que existe é um retorno à barbárie, as pessoas não têm o mínimo de suas necessidades básicas supridas. Não há água , alimentos, gás, combustível, hospital, justiça, polícia, dinheiro, emprego, enfim, nada que faça parte de um país organizado.

            Entendam que não estou defendendo aquele ditador sanguinário que lá havia. A crítica é com relação à maneira como o Presidente George Walker Bush e seu governo usaram a guerra, principalmente desrespeitando a ONU. Criou-se um precedente perigoso para o mundo civilizado.

            Como se não bastasse, um cidadão chamado Gregg Easterbrook, em um artigo intitulado “Poder total, completo e imediato”, na VEJA de 7/05/03, fez a apologia da força, embora no final tenha colocado que “. . . Washington tenha um poder historicamente sem precedentes, mas muitas vezes não possa utiliza-lo” . Acontece que eles utilizam quando lhes convém.

Até o momento não se encontrou o que os americanos alegaram que havia, e que foi o motivo pelo qual eles fizeram aquela invasão, em uma guerra totalmente desproporcional. O que fica claro é que por trás só havia um propósito: as reservas de petróleo do Iraque. sobre que, aliás, todos já sabiam.

            O americano Yonah Alexander, diretor do Centro Internacional de estudos do terrorismo, vinculado ao Instituto Potomac, na Virgínia disse: “A verdade é que a organização (Al Qaeda) recupere sua capacidade de atuar como  uma rede de terror.”

            Com certeza os americanos ganharam a guerra, mas daqui para a frente perderam a paz. Mês passado mais um atentado que aconteceu contra um conjunto residencial habitado  principalmente por americanos na capital saudita, Riad, justamente um dia antes da chegada do secretário de Estado Colim Powell, e que provocou 34 mortes e demonstrou que o terrorismo está vivo e atuante. As autoridades americanas e sauditas atribuem o atentado à Al Qaeda de Osama Bin Laden.

            Hoje a Al Qaeda não mais fará operações que envolvam muitos terroristas ou grandes volumes financeiros; com certeza agirá através de pequenas células e farão grandes estragos. Eles são suicidas e morrem prazerosamente para que seus objetivos sejam cumpridos.

            Os EUA com seu vasto poderio militar e econômico não foi suficientemente capaz de evitar o 11 de setembro..

            Todavia,no momento que a ONU foi desrespeitada, praticamente os EUA deixaram bem claro que eles são os senhores absolutos do planeta, fazem o que querem e que são uma nação guerreira em expansão constante, que armada de bases espalhadas em 41 paises, podem se lançar em uma empreitada de dominação do planeta.

            Os EUA representam o Império Romano do século XXI; apesar do momento histórico ser outro, as civilizações como tudo debaixo do sol, cumpre o mesmo ciclo, ou seja, nasce, cresce, amadurece e morre, e ao que parece, os EUA estão entrando no último estagio. Que se diga de passagem, não é bom economicamente para o mundo. Hoje, o grandioso Império Romano com as suas poderosas legiões romanas são apenas uma lembrança histórica.

            O ser humano verdadeiramente é cabeça dura, não aprende com a história; jamais nação alguma conseguiu dominar pela força bruta, e com certeza os EUA também não conseguirão.

            Neste momento os EUA passam por uma fuga dos investimentos externos, que aliás, era sua eterna fonte de financiamento. Eles captam cerca de 500 bilhões de dólares por ano. Eles possuem a menor taxa de poupança interna do mundo, cerca de 6%  do PIB. Há muitos e muitos anos que os americanos perceberam que poderiam crescer muito explorando o capital dos outros, por isso cresceram tanto. “Na verdade, não é o capital americano que explora o mundo, são os americanos que exploram o capital do mundo.” Stephen Kanitz

Todavia, veja o que diz o grande economista:  “A economia americana mostra sinais crescentes de fragilidade”  C.G.Langoni  É verdade, a economia americana teve em 2002 o pior desempenho desde 1991.

O grande perigo das empreitadas americanas são os armamentos nucleares. Nikolai Sokov, especialista em controle de armas nucleares do Centro de Estudos de Não-Proliferação de Monerey, na Califórnia, após ser perguntado sobre as conseqüências de um ataque nuclear, por menos potente que seja a bomba? “Será como a abertura de comportas”.  Na verdade, se as armas nucleares começarem a ser usadas como meros explosivos, correremos o risco de uma nova corrida armamentista. Com certeza não será algo de bom para o mundo.

Que os dirigentes das nações poderosas possam ter o bom senso, caso contrário o nosso pequeno planeta estará correndo grande risco. Vejam o filme “O dia seguinte”.

 

 

 

 

 

Paulo Mascarenhas