Por que as pessoas estão desistindo da Igreja?

O que estamos presenciando nestes últimos tempos? Ao mesmo tempo em que vemos as igrejas cheias, vemos pessoas simplesmente fazendo parte desta igreja como se fosse um clube. Será que este era o objetivo de Jesus para as nossas vidas? Com certeza não.

O que nos parece é que estão pregando um euvangelho,quando o que precisamos é de um Evangelho. Não temos capacidade para inventar novas verdades, pois Deus já nos passou a Sua verdade. Com certeza encontraremos esta verdade quando identificarmos os nossos dons espirituais e os colocarmos em pratica. Se não identificarmos os nossos dons e não os colocarmos em prática, de nada nos servirá possuir dons. Os dons são dados para que cada pessoa possa experimentar a alegria e a satisfação pelo fato de Deus trabalhar através dela.

Muitas vezes sobram nas igrejas línguas para criticar; todavia, faltam braços para trabalhar. As pessoas não se manifestam para desenvolver qualquer trabalho; simplesmente não se interessam: mas, se aparece alguém disposto a fazer o trabalho, logo será atacado por críticas e não faltarão aqueles para dizer que fariam diferente. Por que somos tão egoístas e desinteressados em fazer a obra de Deus de uma maneira verdadeiramente cristã?

Por que perdemos tanto tempo com discussões de assuntos sem importância? Por que deixamos passar moscas e engolimos elefantes? Estamos muitas vezes cheios de palavras bonitas e tão vazios de ações de compreensão e entendimento. O único modo de tornar o cristianismo compreensível em nossos dias é o bom exemplo; com a nossa vida podemos fazer com que outras pessoas intuam o conteúdo da nossa fé.

Muitas vezes pretendemos passar para as pessoas o conteúdo de nossa fé, mas temos dificuldade para conviver em casa com três ou quatro pessoas; antes de termos condições de amar as pessoas de fora, devemos aprender a amar e perdoar as três ou quatro pessoas com quem partilhamos a nossa casa.

Pessoas estão desistindo de igrejas e logo desistirão de Deus. Hoje vemos crentes que mudam de igreja com a mesma tranqüilidade com que trocam de roupa.

Pessoas inconformadas com tanta falta de compreensão e amor dentro das igrejas. Ou então vemos pessoas agindo como se a igreja fosse um local em que elas poderiam exteriorizar ,ou melhor, dizendo, ocupar o tempo que lhes sobra em casa, e assim passam a ter as suas atividades na igreja, o que aliás, não é mal. Todavia, quando esta pessoa passa a ser um motivo de discórdia e atritos na igreja, quando começa a causar divisões e mal estar, com certeza a sua presença naquele ambiente, fará com que várias pessoas vendo aquele mau testemunho, comecem a se entristecer e acabem afastando-se da igreja.

Sentamos nos bancos e temos dificuldade para dar um sorriso para quem está ao nosso lado. Conhecemos muito bem as costas da pessoa que está sentada na cadeira da frente, mas temos dificuldades para dar um abraço na pessoa que está ao nosso lado. Transitamos através de relacionamentos superficiais e artificiais. Onde está o amor de Jesus? Onde estão os ensinamentos do Evangelho?

Apenas entenderemos e nos fortaleceremos nas coisas que praticarmos. Temos dificuldades para ajudar um parente em situação financeira difícil e falamos assim: “A vida está difícil para todos, se eu pudesse ajudaria”. E no dia seguinte entramos em uma loja e compramos um objeto completamente desnecessário e inútil, mas para ajudar aquele parente em dificuldade “infelizmente a vida está difícil para todos”. E assim, nos intitulamos seguidores de Jesus.

“Aquele parente está colhendo o que semeou”; mais uma vez vemos os dedos apontando para os erros dos outros, e nos colocando em uma posição de juízes de nosso semelhante. “Aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra.” Assim nos ensinou aquele cujo nascimento os anjos celebraram com uma proclamação de paz na terra e que se tornou o grande divisor da história humana.

Muitas vezes, a pessoa tem que trocar de igreja para recomeçar a sua vida.

Apesar de Deus já a ter perdoado, muitas vezes, nós não perdoamos. Queremos ser julgados como amigos, mas julgamos as pessoas como se julgam os inimigos.

Por isso, as igrejas começam a ter dificuldades para conduzir ovelhas tão desiludidas, descrentes e rebeldes aos ensinamentos do Evangelho. E quem sabe também algumas igrejas estão se afastando do verdadeiro ensinamento, e por isso encontram dificuldade para ensinar o que elas também estão precisando.

O que acontece na verdade é que nós não podemos e não devemos nos afastar da Igreja. São João da Cruz escreveu: “A alma virtuosa que está só... é como a brasa que está só. Em vez de esquentar, ela tornar-se-á cada vez mais fria”.

A Igreja existe, não para que as pessoas possam ter um lugar para passar o seu tempo livre, para fazer amizades, ou para arranjar namorado/a , mas, para que possamos adorar Deus em espírito e verdade. O ponto alto do culto é deixar bem claro para todos que nós dependemos totalmente de Deus, e que Ele é o dono da casa.

Que nós tenhamos força para não esfriar na Fé, e que não sejamos fracos em nossos objetivos de, a cada dia, participar mais da obra de Deus.

Paulo Mascarenhas