Clonagem

 

           O assunto do momento se chama clonagem!  Uns são a favor outros contra mas na realidade, por que tanto medo? O homem não tem capacidade de dar vida a um corpo, quando muito pode fabricar uma máquina, apenas Deus tem o poder para dar a vida. Quem vivifica a matéria é o Espírito, e apenas Deus tem poder para criar o Espírito.

            Não há motivo a temer quando sabemos que o poder do homem é limitado por Deus, se Ele permitiu que o homem descobrisse esta possibilidade, por que não usá-la? Tenho certeza absoluta de que o homem jamais conseguirá vivificar um corpo, isto Deus não permitirá. O homem vai até onde Deus permita que vá. Se Deus permitir, o homem fará um clone e com certeza,  este clone terá uma vida normal.

            A clonagem terapêutica, significa que a partir das células da própria pessoa se desenvolve um órgão de maneira tal que numa cirurgia não haja possibilidade de rejeição. Isto não é algo maravilhoso? Então por que ser contra? Doenças como Parkinson, Câncer, Alzheimer ou Diabetes poderão ser curadas.

            A novidade está justamente na clonagem, ao receber uma célula tronco de uma cópia idêntica evita-se um problema crucial para a medicina:a incompatibilidade. Como são geneticamente iguais ao adulto doente, eliminam-se os riscos de rejeição.O Dr. Michael West , presidente da Advanced Cell Technology (ACT) que foi a companhia de biotecnologia de Worchester, Massachusetts (USA) que agitou o mundo com o relatório de algumas experiências recentes, disse: “É simples como parece:consertar um carro quando ele está quebrado, colocando uma peça de fábrica.”

            Na verdade, o que acontece é que todas as novas descobertas sempre ocasionaram bastante polêmica, e não será agora que esta importante descoberta terá um percurso diferente. Galileu, quando falou que a terra era redonda, foi condenado pelas autoridades da sua época. Somente o tempo mostraria a realidade desta descoberta.

            Houve um período em que as pessoas doentes tinham que ficar em casa com todas as portas e janelas fechadas, porque a medicina dizia que se não procedessem assim  poderiam morrer.

            Quando a ciência puder fazer células rejuvenescidas do coração, pâncreas ou qualquer outro órgão, a possibilidade de rejeição será praticamente nula, isto não é maravilhoso?

            Houve um momento da história em que os cientistas achavam impossível que o sangue circulasse no corpo humano, não é incrível?  Mas quando William Harvey, em 1628, publicou o seu livro sobre a circulação do sangue, alcançou fama, embora muitos médicos ainda não aceitassem a idéia; ou seja, há 373 anos atrás, era uma enorme mentira quem dissesse que o sangue circula em nossas veias!

            Temos a tendência de rejeitar as coisas novas, principalmente quando se trata de algo que possa nos afetar diretamente.

            Hoje, a única empresa nacional que fabrica insulina é a Biobras, que faturou em 2000 R$ 49,6 milhões. Nos EUA são quatro milhões de pessoas que sofrem do Mal de Alzheimer e gastam anualmente US$ 100 bilhões com tratamentos. Um dos grandes sucessos farmacêuticos dos últimos tempos, chama-se Celebrez, lançado pela norte-americana Pharmacia, em 1999, vendeu US$ 2,2 bilhões no ano passado.

            Não foi a primeira vez que a notícia de clonagem humana surpreendeu o mundo, pois em dezembro de 1998, cientistas da Universidade Kyunghee, da Coréia do Sul, disseram ter produzido um exemplar idêntico humano.

            Um projeto de lei que tramita no Senado americano tem como objetivo criminalizar toda a clonagem humana, mesmo que terapêutica. Se aprovado, prevê até a prisão para cientistas que façam tal pesquisa. O presidente George W.Bush manifestou ser 100 % contrário à clonagem.

Dois séculos não significam nada na escalada do homem. Cinco décadas, menos ainda. Mas foram estes últimos 50 anos os responsáveis pelo deslocamento dos cientistas das ciências físicas para as ciências humanas. Nós, simples espectadores, quase sem participar e muito menos entender, dificilmente conseguimos perceber essa transição. Entretanto, sentimos que é cada vez maior o número de pessoas interessadas na individualidade, na qualidade de vida, na realização humana. Tibor Simcsik[1]

            Evidentemente existem aspectos que não podemos esquecer, principalmente no que diz respeito ao ser humano  como individualidade.

As virtudes são resultado de um esforço contínuo para buscar a perfeição das atitudes através do hábito. Virtudes e Artes adquirem-se pelo exercício; assim agem os músicos para tocar, o arquiteto para construir, o médico para curar e assim também o paciente busca o perfeito funcionamento do seu corpo, para deixar de ser paciente.   “Como o nosso andar é um permanente esforço para não cair, assim a vida de nosso corpo é um contínuo esforço para não morrer !” Artur Schopenhauer

“Neste ritmo de crescimento, o homem se tornou cada vez mais interdependente, pois hoje está inserido num sistema social onde os papéis criados e impostos coordenam suas atividades no estudo, no trabalho, no lazer e até em seus lares. O homem faz parte de uma organização cujo caráter econômico, social, político, religioso, cultural, esportivo, etc... interrelaciona-se de tal forma que todos são altamente interdependentes”. Tibor Simcsik [2]

Segundo o médico argentino, Hector Ricardo Ojunian[3], a reposição deveria ser de sonhos, objetivos e ideais que são perdidos, ou esquecidos, na velhice e que devem ser constantemente excitados.

“É assim que jamais percebemos a verdadeira realidade de nossa situação até que ela nos seja ilustrada às avessas por circunstâncias contrárias, nem sabemos como dar valor ao que usufruímos, senão pela sua ausência”. Daniel Defoe

 

            Platão, em sua obra, A República, observa: “como são interessantes os povos. Sempre a serem medicados, e mesmo assim a verem aumentadas e complicadas as suas desordens; imaginando poderem curar-se com panacéias que qualquer pessoa aconselha e, em vez de melhorar pioram sempre...” e também, “tais homens, tais Estados; os governos variam de acordo com a variação do caráter dos homens; os Estados são conformados pela natureza humana existente neles; o Estado é o que é, porque os cidadãos são o que são. Conseqüentemente, não esperemos ter melhores Estados enquanto não tivermos melhores homens; até lá, todas as mudanças deixarão das coisas essenciais na mesma”, concluindo que “pode-se dizer que nossos atuais processos curativos são mais para educar as moléstias, prolongá-las a duração do que para sará-las”, infelizmente realidade que insiste até os dias atuais e que nos cabe transformar.

           

 

 

 

Paulo Mascarenhas

 

 

 



[1] Organização, Métodos Informações e Sistemas – Volume I, Cap 2, Ítem 6.b. Evolução do Conhecimento Administrativo e Formação de Especialistas.

[2] Organização, Métodos Informações e Sistemas – Volume I, Cap 2, Ítem 6.b. Evolução do Conhecimento Administrativo e Formação de Especialistas.

[3] Somos o que comemos, como comemos e com quem comemos.