Por ser de excelente conteúdo educativo, e nos
informar de uma das contas que o povo brasileiro com muito sacrifício paga
mensalmente, coloquei este trabalho no meu site, com certeza o autor deste
trabalho não fará oposição.
Paulo Mascarenhas
CUSTO DA ATIVIDADE PARLAMENTAR NO BRASIL
ULTRAPASSA R$ 20 BILHOES/ ANO
DO SITE DE CÉLIO TURINO
WWW.celioturino.com.br
Segundo pesquisa da ONU em parceria com a UIP (União Interparlamentar),
o custo do Congresso brasileiro é o segundo mais caro do mundo, seja em valor
global ou por parlamentar (US$ 4.415.091,00), apenas superado pelos Estados
Unidos. Se aproximássemos a média de custo da atividade parlamentar brasileira
à média dos custos na Alemanha (total: US$ 821 milhões // por parlamentar: US$
1,191 milhão) e França (total: US$ 998 milhões // por parlamentar: US$ 1,079
milhão), o custo total do Congresso (Senado e Câmara de Deputados) deveria ser
de US$ 674 milhões (média por parlamentar: US$ 1,135 milhão), ou R$
1.348.380.000,00. Caso a comparação fosse feita com realidade mais próxima,
como Argentina (5ª maior despesa média do mundo) ou México (7ª maior despesa
média do mundo), a situação seria a seguinte: Argentina (total US$ 1,138 bilhão
// US$ 1,917 milhão por parlamentar), México (total US$ 1,055 bilhão // média
de US$ 1,777 milhão); neste caso o custo máximo do Congresso Brasileiro deveria
ser de US$ 1,847 milhão por congressista, com um orçamento total de US$ 1,097
bilhão, ou R$ 2.194.236.000,00. Como resultado, uma bilionária economia de R$
6.405.764.000,00!!
A
título de comparação: este valor seria suficiente para elevar o salário de
todos os professores rede pública do país em R$ 492,00/mês, ou para recuperar
milhares de quilômetros de estradas, ou para a construção de vários hospitais e
sua manutenção. E caberia ao Congresso definir a adequação de suas despesas ao
teto permitido pela sociedade, seja com a redução de salários e mordomias ou
corte de pessoal, que, no caso de concursados, poderiam ser repassados para a
União.
O mesmo deve acontecer em relação ao orçamento das Assembléias
Legislativas e Câmaras de Vereadores. Além do limite de gastos, estas casas
legislativas também devem receber outra trava: o
impedimento do uso de recursos do Fundo de Participação dos Estados e
Municípios em despesas legislativas. A transferência de
recursos da União (ou de estados para municípios) é resultado de um esforço de
arrecadação que envolve toda nação e deve atender prioridades básicas, como
saúde, educação, cultura e assistência social, além de investimentos em
infraestrutura local. Despesas com funcionamento legislativo devem ser cobertas
exclusivamente com impostos arrecadados localmente. Esta medida teria,
inclusive, função educativa na cultura política local, uma vez que aproximaria
representantes de representados, que saberiam exatamente quanto estão gastando
naquela atividade. Caso o estado ou município não disponham de recursos
suficientes, que reduzam a despesa na proporção de seus recursos próprios,
podendo, até mesmo, transformar a atividade legislativa em serviço
voluntário, no caso de municípios muito pobres ou pequenos.
Claro
que os atuais beneficiários deste verdadeiro cheque especial sem limites
dificilmente aceitarão uma proposta como esta. Mas aí cabe a pergunta. Até
quando os contribuintes (ou melhor, até quando você) continuarão assinando este
talão de cheques sem fim?
Como caminho, por que não abrirmos uma
Petição Pública para um Plebiscito Nacional que fixe teto de gastos para a
atividade parlamentar?
Célio Turino é historiador, escritor e gestor de políticas públicas.
Servidor Público há mais de 30 anos, exerceu funções como Secretário de Cultura
e Turismo em Campinas,SP (1990/92), Diretor de Promoções Esportivas e Lazer em
São Paulo, SP (2001/04) e Secretário da Cidadania Cultural no Ministério da
Cultura (2004/10). Idealizador e gestor de diversas políticas públicas
inovadoras, entre elas o programa Cultura Viva e os Pontos de Cultura,
atualmente em processo de implantação em diversos países. Autor e organizador
de inúmeros livros e ensaios, entre os quais: NA TRILHA DE MACUNAÍMA – ócio e
trabalho na cidade (Ed. SENAC, 2005) e PONTO DE CULTURA, o Brasil de baixo para
cima (Ed. Anita Garibaldi, 2009).